Mário de Sá-Carneiro e a derrota da França: notas sobre ética e estética a partir de uma entrevista escandalosa

Autores

  • Pedro Eiras

Palavras-chave:

Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, I Guerra Mundial, escândalo, ética e estética

Resumo

Numa entrevista concedida ao jornal A Restauração e publicada a 5 de Outubro de 1914, Mário de Sá-Carneiro escandaliza o seu interlocutor com estas palavras: “se eu como latino desejo ardentemente o aniquilamento do imperialismo germânico, como artista, como grande amoroso da França que sou, eu quereria que a Alemanha vencesse. (…) então eu poderia dar à minha querida França toda a minha ternura, todas as minhas lágrimas, toda a minha alma; à França ferida, poderia, estreitando-a d’encontro ao meu coração, dar-lhe toda a homenagem do meu sofrimento.” Como compreender estes enunciados? Boutade, provocação, arte poética? Que ecos se ouvem aqui do belicismo futurista de Marinetti, que prenúncios do militarismo provocante de Almada Negreiros ou Amadeo de Souza-Cardoso? Sobretudo, que relação pode existir – ou não – entre ética e estética, entre morte e poesia?

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Publicado

2014-12-30

Como Citar

Eiras, P. (2014). Mário de Sá-Carneiro e a derrota da França: notas sobre ética e estética a partir de uma entrevista escandalosa. Cadernos De Literatura Comparada, (31). Obtido de https://ilc-cadernos.com/index.php/cadernos/article/view/275