Memória e identidade: a (re)construção da figura do militar nazi na metaficção historiográfica de Uwe Timm e de Marcel Beyer
Palavras-chave:
Literatura e História, metaficção historiográfica, memória, identidade, nacional-socialismo, Segunda Guerra Mundial, HolocaustoResumo
A minha comunicação debruça-se sobre duas obras que, no contexto histórico-literário da Alemanha reunificada, abordam o passado nacional-socialista, designadamente a narrativa (auto)biográfica Am Beispiel meines Bruders (2003), de Uwe Timm, e o romance Spione (2000), de Marcel Beyer. Em ambos os textos representativos da metaficção historiográfica (Linda Hutcheon), os respectivos narradores, movidos pela curiosidade em relação a objectos pessoais pertencentes a antepassados, partem em busca da verdadeira identidade dos entes queridos, perdida nos meandros da memória do Terceiro Reich e silenciada no seio da família durante décadas de pós-guerra. Recorrendo aos conceitos de memória cultural/colectiva, memória comunicativa (Jan e Aleida Assmann/Astrid Erll) e pós-memória (Marianne Hirsch), entre outros, centrar-me-ei na análise da problemática da (re)construção das figuras do irmão e antigo soldado das Waffen-SS, na obra de Uwe Timm, bem como do avô do narrador e antigo oficial da Wehrmacht, na obra de Marcel Beyer.