O Gebo e a Sombra: Teatro cinematográfico “Do teatro de Raul Brandão ao cinema de Manoel de Oliveira”
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp40v1Palavras-chave:
Cinema, Teatro, Literatura Portuguesa, IntermedialidadeResumo
No presente trabalho pretendemos abordar a relação intermedial entre a obra teatral O Gebo e a Sombra de Raul Brandão, publicada em 1923, e a sua adaptação ao cinema por Manoel de Oliveira, levada a cabo quase um século mais tarde, em 2012. Desejamos que esta aproximação resulte numa meditação sobre o carácter contemplativo/reflexivo (estático se pensarmos em termos de movimento) da imagem em ambos os autores. Estamos perante uma peça de teatro composta por imagens teatrais cuja imobilidade remete para um teatro mais reflexivo e contemplativo do que de acção. Ora, a adaptação de O Gebo e a Sombra respeita esse aparente imobilismo, não apenas por a prática cinematográfica de Oliveira tender para o plano estático, longo, reflexivo, mas porque a obra de Raul Brandão parece ter no cinema de Manoel de Oliveira um equivalente no que denominaremos a concepção da imagem como reflexão.