A Paixão de Sara: uma carta de amor regiana ou a errância em três tempos
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp42a3Palavras-chave:
Escuta, fingimento, ritoResumo
Este artigo pretende demonstrar a cadência poética de Missa in Albis, bem como a perceção da palavra e, logo, da persona e seu discurso, como um exercício de escuta. “Quer ouvir?” repete-se como um motivo de instauração poética do mundo, pois “Tudo nos fala.” Centrando o estudo essencialmente na figura de Sara, ler-se-á a sua Paixão como decalque-simulacro do poema regiano “Carta de Amor”, na convocação temática do fingimento e do binómio arte/vida na poética de Maria Velho da Costa, pelo que se abordará o carácter ritualista de Sara, quer no que respeita à incursão pelo religioso, quer no que reflete a literatura (arte) enquanto voragem palimpséstica. Nesse sentido, e atendendo ao exercício lúdico de contrafação de sujeitos, veremos como Sara se virá a situar à beira Ebro ou no rio que assedia Münster.