'Talvez um dos Doze de Inglaterra (treze, na verdade, se a história estiver bem contada)' ou de como revisitar o cânone para reinventar outra narrativa: reflexões em torno de "O Magriço", de Tiago Salazar
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp43a8Palavras-chave:
Romance histórico pós-moderno, Cânone camoniano, Novíssima ficção portuguesa, Tiago SalazarResumo
O presente trabalho tem como objetivo tecer algumas reflexões sobre o mais recente romance do escritor português Tiago Salazar, O Magriço (2020), procurando observar alguns pontos importantes na sua construção, desde a idéia lançada no subtítulo da obra (“A verdadeira história de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, um dos Doze de Inglaterra”) até à sua categorização genológica (“romance histórico”). Para tanto, os postulados de Maria de Fátima Marinho (1999), Mário César Lugarinho (2005) e Umberto Eco (1985), dentre outras fontes importantes, serão articulados para pensar de que forma o autor expande as fronteiras constitutivas da tipologia textual para compor um romance que revisita o cânone camoniano não só para reinventar uma outra narrativa, mas também para revelar a simplicidade e a dissidência de certos agentes históricos, pintados muitas vezes unicamente com tonalidades heroicas, bem como as suas amarguras e os seus dissabores.