Estratégias cimarronas para narrar a negritude no século XIX em "Autobiografía" de Juan Francisco Manzano (Cuba, 1835) e "Úrsula" (Brasil, 1859)

Autores

  • Liliam Ramos da Silva UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp43a9

Palavras-chave:

Autoria negra no século XIX, Romance latino-americano, Pedagogia da cimarronagem, Juan Francisco Manzano, Maria Firmina dos Reis

Resumo

A presente reflexão analisará as estratégias narrativas utilizadas por dois escritores negros latino-americanos ao apresentar a temática da negritude no século XIX. De um lado, a autobiografia escrita pelo cubano Juan Francisco Manzano (1835), único texto autobiográfico escrito por homem negro escravizado semi-alfabetizado latino-americano que narra sua vida em troca de liberdade. De outro lado, a narrativa desenvolvida por Maria Firmina dos Reis, mulher, negra liberta considerada a primeira romancista do Brasil: Úrsula (1859), texto abolicionista cujos protagonistas são brancos, surpreende por conceder a voz aos cativos, que narram suas memórias de África e estão conscientes de sua condição. Serão utilizados os referenciais teóricos sobre o romance como gênero de projeção de um futuro ideal das recentes nações latino-americanas (Sommer, 2004), textos abolicionistas como romance de tese (Jeffers, 2013), máscara do silenciamento (Kilomba, 2019) e a  pedagogia da cimarronagem (Mendes, 2019) na intenção de revisar o cânone literário latino-americano em uma proposta de inclusão das duas obras como leituras obrigatórias nos cursos de Literatura nas universidades da América Latina.

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Publicado

2021-02-16

Como Citar

Ramos da Silva, L. (2021). Estratégias cimarronas para narrar a negritude no século XIX em "Autobiografía" de Juan Francisco Manzano (Cuba, 1835) e "Úrsula" (Brasil, 1859). Cadernos De Literatura Comparada, (43), 135–153. https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp43a9