Quem (não) tem medo da literatura negra? O amor negro no combate ao genocídio do branqueamento
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp43a14Palavras-chave:
Literatura negra, Amor, Genocídio, Miscigenação, NacionalidadeResumo
Historicamente construiu-se a ideia de que o cânone literário é uma seleção baseada unicamente na qualidade do texto. Tal perspectiva, além de ignorar as inegáveis relações de poder envolvidas no processo também acaba por engessar as possibilidades criativas de muitas/os artistas. Neste trabalho vamos discutir alguns aspectos desses conflitos, associados principalmente à importância da luta pela valorização da literatura negra não apenas como manifestação artística fundamental, mas também como instrumento de luta contra o genocídio da população negra, empreendido ora por meio da defesa do mito da miscigenação redentora, base da política de branqueamento da população brasileira desde o fim da escravidão, ora pela ideia de um nacionalismo homogêneo e comum a todas/os. Entendemos que a melhor forma de combater esse processo de extermínio é valorizando o amor e a família preta e somente a literatura é capaz de ressignificar os séculos de brutalização e animalização de corpos e afetos negros.