"So read we in must book. It tells. He prophets": a reader's approach to "Finnegans Wake"
Palavras-chave:
leitor, leitor implícito, estética da recepção, estratégias de leitura e de interpretação, metaficção, Work in ProgressResumo
A singularidade de Finnegans Wake valeu-lhe, desde a sua publicação, uma recepção particularmente negativa, quer da parte da crítica, quer do leitor comum. Os entraves linguísticos e a fragmentação vocal que caracterizam a obra explicam, em certa medida, o desprezo de uma larga maioria de leitores que viu, na última obra de Joyce, um claro exemplo de elitismo, ou apenas um projecto falhado, um momento de decadência após o auge atingido com Ulysses. No presente ensaio procura-se mostrar que Finnegans Wake é, de facto, exigente porque, sendo uma obra de metaficção, reivindica a participação do leitor ao nível da co-criação do texto, um papel que nem sempre o leitor está disposto a desempenhar. Todavia, como observa Wolfgang Iser na sua definição de "leitor implícito", todos os textos contêm espaços em branco que o leitor é convidado a preencher.