Informação, Publicidade, Propaganda: Correspondentes estrangeiros, agências noticiosas e a “Grande Guerra de palavras” da primeira metade do século XX
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp45a1Palavras-chave:
Informação, propaganda, publicidade, Guerras Mundiais, correspondentes estrangeiros, agências noticiosas, Lisboa, Hans e Irene Seligo, Douglas BrownResumo
O artigo parte de um discurso de Goebbels pronunciado na sessão de encerramento do Congresso Continental de Publicidade, que teve lugar em Viena, em Junho de 1938, para explorar as transformações que o espaço público comunicacional da primeira metade do século xx conheceu na sequência dos dois conflitos mundiais que então eclodiram.
Numa primeira parte dá-se particular atenção à progressiva hibridização do discurso público na época, à crescente indistinção entre informação, publicidade e propaganda, e à rápida aceleração da circulação internacional da comunicação durante o período. Neste âmbito assumem especial relevo actores que, não sendo novos na cena política internacional – como é o caso dos correspondentes estrangeiros e das agências noticiosas – ganham, no entanto, um novo e decisivo peso ao longo da época em questão. Numa segunda parte são analisados exemplos específicos destes actores e do seu poder na cena política internacional durante a II Guerra Mundial. Geograficamente, os dois casos estudados centram-se em torno de um eixo periférico em relação ao conflito bélico – o Portugal neutral –, eixo esse que tem, contudo, um papel importante, e nalguns momentos mesmo central, na “Grande Guerra de palavras” que então foi travada no espaço público internacional.