Ecos modernistas no Cinema Novo ou Glauber Rocha, leitor da Antropofagia de Oswald de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp46a5Palavras-chave:
Glauber Rocha, Modernismo, Antropofagia, Oswald de Andrade, Cinema NovoResumo
Em texto publicado em 1967, o cineasta brasileiro Glauber Rocha (1939-1981) reage aos críticos de seu recém-lançado filme Terra em Transe e compara o movimento do Cinema Novo, no qual ele desponta como principal articulador e porta-voz, à Semana da Arte Moderna de 1922. Tal paralelo dispara, nesse artigo, a investigação das leituras e interpretações que Glauber faz do evento fixado como fundador do Modernismo no Brasil e de um dos seus principais desdobramentos, a Antropofagia de Oswald de Andrade. Essa análise concentra-se principalmente no já citado Terra em Transe, bem como no filme inacabado História do Brasil, além de percorrer textos críticos e manifestos escritos pelo cineasta. A Antropofagia é compreendida aqui, por um lado, enquanto uma teoria da leitura, conforme proposição do crítico Raúl Antelo, e, por outro, como define Benedito Nunes, enquanto uma condensação de uma metáfora, um diagnóstico e uma terapêutica.