Afinidades e estranhamento: comparatismo e literatura-mundo comparada

Autores

  • Helena Buescu Universidade de Lisboa, CEComp, Academia Europaea, Academia de Ciências de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp50a3

Palavras-chave:

Literatura-mundo, Literatura Comparada

Resumo

É esta a razão porque prefiro falar de “literatura-mundo comparada” e não apenas de “literatura-mundo”. A primeira expressão, que considero preferível, deixa portas abertas ao que, cada vez mais, considero uma evidência que, apesar de ter já cerca de um século, continua a dever ser sublinhada ser sublinhada: a percepção, teorizada pelo formalista russo Chklovski, de que o “estranhamento” ou “desfamiliarização” (ostranenie) abre portas à comparação entre conjuntos de textos muito diferentes, potencialmente mesmo dissemelhantes, provenientes de sistemas literários que não partilham necessariamente a mesma visão de mundo, e que tal capacidade representa um desafio para que possamos ler de forma diferente. Por isso, em minha opinião, a Literatura-Mundo Comparada é uma forma mais complexa de leitura, que permite operar num contexto que representa mais um desafio do que um conforto. Mas são estes os desafios que nos permitem retirar prazer do que fazemos, e do inesperado do que descobrimos.

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Publicado

2024-06-29

Como Citar

Buescu, H. (2024). Afinidades e estranhamento: comparatismo e literatura-mundo comparada. Cadernos De Literatura Comparada, (50), 29–37. https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp50a3