(Auto)biografismo e ditadura hétero-militar em "Fluxo-floema"
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp39a14Palavras-chave:
espaço biográfico, homoerotismo, literatura brasileira, Hilda HilstResumo
A partir das propostas teóricas de Roland Barthes e Leonor Arfuch, consideramos o “espaço biográfico” como uma das maneiras através das quais pessoas LGBTQI+ encontram lócus e veículo para expressão. A estilização da escrita (auto)biográfica na literatura de autoria ou temática homoerótica produzida durante a ditadura “hétero-militar” brasileira (1964-1988), conduziu nossa análise de “Fluxo” e “O Unicórnio”, narrativas que compõem o livro Fluxo-floema (1970), da escritora brasileira Hilda Hilst. Aprofundamos nossas bases conceituais com pesquisas históricas realizadas por Renan Honório Quinalha e dados constantes no Relatório da Comissão Nacional da Verdade, que nos permitiram relacionar repressão política e opressão às subjetividades. Concluímos que HH se apropriou ironicamente do discurso dominante, ao explorar corpos, viventes e escriturais, de sujeitos homoeroticamente inclinados, a fim de denunciar a violência gerada pelo regime autoritário ao qual parecem referir-se os seus textos aqui investigados.