Eukié: Maria Velho da Costa e o absurdo
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp42a2Palavras-chave:
Maria Velho da Costa, Lewis Carroll, língua, o absurdoResumo
Este trabalho é uma primeira abordagem da ficção de Maria Velho da Costa à luz do nonsense de Lewis Carroll. Aqui se mostra que os livros de Alice de Lewis Carroll desempenharam um papel importante na construção da imaginação poética de Maria Velho da Costa. Em The Story of Alice de Robert Douglas-Fairhurst, aprendemos que Lewis Carroll usou o nonsense e o absurdo obliquamente, por vezes talvez sem se dar conta, para pintar as contradições da sociedade vitoriana, como se de uma fábula se tratasse. Maria Velho da Costa, por sua vez, usa deliberadamente o nonsense e o absurdo para denunciar as gritantes e injustas desigualdades da sociedade portuguesa, ao mesmo tempo que caricatura implacavelmente as persistentes pretensões e o potencial para a corrupção das suas classes dirigentes, no Portugal de antes e depois do 25 de Abril