Travestimento dos géneros literários na poesia de Ana Luísa Amaral e Maria Teresa Horta

Autores

  • Catherine Dumas Univ. Sorbonne Nouvelle - Paris 3 - ILC

DOI:

https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp47a1

Palavras-chave:

Ana Luísa Amaral, Maria Teresa Horta, endofásia, géneros literários, voz poética

Resumo

A divisão genérica entre a narrativa e a poesia é porosa. Duas escritoras portuguesas contemporâneas trabalham esta porosidade, nomeadamente em duas recentes recolhas de poesia: Ana Luísa Amaral, Ágora (2019), e Maria Teresa Horta, Anunciações, um romance (2016). Este artigo estuda a fragilidade da fronteira entre os géneros (Ana Luísa Amaral, Ara, romance, 2013) e, mais profundamente, o poder da poesia para erguer a voz como uma nova dicção do intervalo. Michel Chion (Le Son, 1998) escreve que “A poesia apanha os sons caídos”, e Gabriel Bergounioux, na sua teoria da endofasia (Le moyen de parler, 2004), propõe uma “voz de dentro”, a “voz imaginária” de um sujeito que ouve. O artigo analisa as migrações destas vozes, as suas metamorfoses e os seus disfarces nas duas poetas portuguesas, de modo a apreender a novidade do espaço poético desconstruído que toma forma entre som, imagem (diálogos ecfrásticos) e voz.

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

Dumas, C. (2022). Travestimento dos géneros literários na poesia de Ana Luísa Amaral e Maria Teresa Horta. Cadernos De Literatura Comparada, (47), 35–45. https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp47a1

Edição

Secção

Artigos