Espaços em volta: percursos imaginantes em "L’horizon" de Patrick Modiano e "A Amante Holandesa" de J. Rentes de Carvalho
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp38a9Palavras-chave:
Topoanálise, Ambiente, Imagologia, Rentes de Carvalho, Patrick ModianoResumo
A disposição e a arquitetura dos espaços nos textos literários são elementos cruciais para a construção da imagética espacial em termos culturais. Ao defender a relevância da geocrítica literária, Bertrand Westphal afirma que ela deverá ir além do estudo das representações do espaço em literatura, sendo necessário considerar como seu objeto o exame das interações entre espaços humanos e literatura. Salienta ainda que, se as representações do ‘outro’ são essenciais para a construção de autoimagens, para a determinação/indeterminação das identidades culturais, será imprescindível estudar os modos de viver e conceber o espaço.
O estudo a desenvolver neste trabalho partirá dos pressupostos teóricos aludidos e terá como principais objetivos a compreensão do jogo entre a topofobia ou a topofilia em J. Rentes de Carvalho (principalmente na obra A Amante Holandesa) e a interpretação dos sentidos da topofilia urbana em Patrick Modiano (sobretudo em L’horizon). A observação dos diferentes modos de tratamento ficcional do espaço e a análise das diferenças e das analogias entre as perspetivas acionadas pelos dois autores permitirão explorar a complexidade do potencial imaginante que o espaço detém na literatura.