A imaginação desenfreada ao serviço da Utopia: "História de las Cuevas de Salamanca", de Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos, entre o pastiche e a paródia

Autores

  • Manuel Ferro Universidade de Coimbra

Palavras-chave:

barroco, utopia, imaginação, novela pícara

Resumo

Expressão de variadas manifestações da espiritualidade barroca, a História de las Cuevas de Salamanca, de Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos, é um exemplo acabado da prosa de ficção deste período. Sendo uma obra de difícil classificação, pelo recurso a diferentes modelos literários, que nela convergem, aí se constrói um mundo de fantasia , em que se sonha com o melhor dos mundos possíveis. Nesse contexto, os jogos de intertextualidade com o romance cavaleiresco, com o discurso utópico, com a escrita historiográfica do tempo e com a comédia de costumes, em que a paródia dos modelos conhecidos do leitor se conjugam com o pastiche literário e a montagem de excertos e aspectos identificados, tornam-se princípios estruturantes da novela, adequando-se à intenção original do autor: proceder a uma divertida abordagem do mundo académico do seu tempo, assim como dos géneros mais apreciados, tudo organizado de acordo com os princípios estéticos da novela pícara. Como resultado, impõe-se um modelo utópico, mágico, sem dúvida, como o do reino da Coconha ou o da Idade do Ouro, e distante da realidade, mas que alimetaria os sonhos do Homem de Setecentos.

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Publicado

2021-05-12

Como Citar

Ferro, M. (2021). A imaginação desenfreada ao serviço da Utopia: "História de las Cuevas de Salamanca", de Francisco Botelho de Morais e Vasconcelos, entre o pastiche e a paródia. Cadernos De Literatura Comparada, (19), 193–209. Obtido de https://ilc-cadernos.com/index.php/cadernos/article/view/740