A Paisagem e o Devir-Mulher na Obra de Agustina Bessa-Luís: Leituras de 'Vale Abraão'
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp51v3Palavras-chave:
devir-mulher, paisagem, desejo, movimento, fugaResumo
O presente artigo empreende a análise de algumas das funcionalidades que a paisagem cumpre na escrita de Agustina Bessa-Luís, elegendo como caso de estudo o romance Vale Abraão. Colocando como hipótese de trabalho que as descrições paisagísticas possuem elementos objectivos e subjectivos que correspondem, na escrita agustiniana, a uma interação entre princípios masculinos e femininos, onde os segundos se sobrepõem aos primeiros, analisamos a articulação de tais descrições paisagísticas com as relações interpessoais da personagem principal do romance, Ema Cardeano, com enfoque na temática amorosa (e nos conceitos associados). Concluímos que a paisagem cumpre um papel essencial no imaginário desejante de Ema, participando do seu devir-mulher (e dos devires que a partir daí se desencadeiam), e na interligação rizomática de espaços por onde ela realiza movimentos de fuga aos mecanismos societais de opressão. Tais espaços servem assim de lugares concretos de habitação onde é possível, temporariamente, viver uma relação salutar com o meio ambiente e, simultaneamente, de fonte de abertura à construção de novas
possibilidades de vida, criadas a partir de um imaginário desejante dinâmico e proliferante.
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