Figurações e transfigurações do espaço geopoético em Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta, de Ariano Suassuna
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp38v5Palavras-chave:
Imaginário, Espaço geopoético, Memória, Imaginação, Cultura sertanejaResumo
A obra literária revela-se um território de imagens e de símbolos organizados e combinados entre si, cujas fronteiras indicam apenas uma ilusória interrupção no movimento contínuo das personagens e dos leitores que o habitam. Estes fazem parte de um imaginário geopoético gerador de efeitos de sentido diversos que, mesmo quando desvelada sua topografia literária (temas, motivos, cenários e intrigas), não se restringem a unívocas delimitações de lugares (espaços físicos) e momentos (tempos particulares), mas se revelam superfícies “transrepresentacionais”, crivadas de ambiguidades e analogias, capazes de recobrir, ao mesmo tempo, uma diversidade de outros lugares e momentos. Nesta investigação, partimos da interpelação da realidade sertaneja enquanto figuração literária cada vez mais elaborada no plano de uma ação imaginante, verificando na abertura conferida à imaginação a ação poética do personagem ficcional sobre a realidade do sertão que o circunda e o consome.