"Never Let Me Go" de Kazuo Ishiguro, ou a síndrome moderna de Frankenstein
DOI:
https://doi.org/10.21747/21832242/litcomp39v3Palavras-chave:
Ishiguro, FrankensteinResumo
O romance Never Let me Go, publicado originalmente em 2005, da autoria do prémio nobel da literatura de 2017, Kazuo Ishiguro inscreve-se numa linhagem de ficções distópicas que assinalam a dissociação radical entre as esferas da moral e da ciência. O romance de Ishiguro, temporalmente situado numa realidade histórica indefinida, explora o caráter fáustico de um cientismo com aplicações moralmente perversas, o da clonagem humana com o fim gratuito da perpetuação da vida individual. Este ensaio procura dar a ver os subtis processos narrativos utilizados por Ishiguro na construção do seu romance de modo a criar uma ambígua tensão entre a representação de um espaço utópico, o internato de Hailsham, e o fim distópico a que ele se destina.